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Mostrando postagens de dezembro 28, 2015

E de sentir, compreendemos

Encarando a janela do carro, eu olho pra um lugar que talvez nem mesmo exista. É um daqueles dias ensolarados que eu sempre detestei. Uma música nostálgica ecoa em meus ouvidos, mas não é como se alguma coisa nela fizesse sentido "Here comes the sun, duh, duh, duh, duh". Músicas deveriam fazer as pessoas se sentirem melhor, pelo menos foi isso o que eu passei a minha vida toda escutando, no final das contas, parece que eu fui enganada. Penso que deveria estar chovendo hoje; igual ao dia em que tivemos nossa primeira grande briga, mas que fomos obrigados a continuar nos encarando no silêncio porque a tempestade lá fora era forte demais pra que você ou eu saísse desenfreado pelas ruas, e talvez porque essa não era mesmo nossa vontade. Aquele dia percebi que você era diferente, que tinha que ser você. Sempre odiei trânsito, hoje odeio ainda mais. Se eu não estivesse aqui, parada nesse congestionamento infernal em plena segunda-feira de manhã, não necessitaria pensar tanto...

E por você aprendi a dançar

Porque metade de mim é arte, e o resto é você, faz parte. Poesia pra acalmar os dias agitados. Música pra espantar os males que  a vida insiste em rogar.  Histórias pra te contar quando nem o melhor dos causos for bom o bastante. E a dança! Aquela que a gente faz enquanto ninguém  está olhando,  em que a gente se descabela, que perde a noção do tempo. Vem ser minha poesia! A gente canta a música que der na telha e acaba de vez com essa história que contam de que apenas amor não basta, que não dá pra ser feliz de verdade vivendo com o que se tem. E a gente comemora dançando, e ri daqueles que disseram que isso é apenas besteira. E dança!  E dança pra eles, dança com eles. Dança pro mundo inteiro sentir como é essa dança que é só nossa. E termina o dia assim, sem saber o que passou nem para onde vamos. E a gente escreve uma poesia pra tentar explicar pra eles o que é isso que a gente tanto vive. Essa história que dizem não ter pé nem cabeça. E dança! Dança mes...

Do nosso amor ganhei um porre

Essa tarde eu bebi pra ninguém botar defeito Me embriaguei de você Até a última gota Enquanto me restaram forças. Cansei dessa ressaca de uma vida inteira Esse desenrolar de esperanças que não levam a lugar nenhum Bebi saudades, prazer, desgosto e amargura Tudo nessa batida louca e forte que era você No começo, estranho ardia de arrepiar até aquilo que eu nem sonhava em ter Depois senti você, e foi só. E a cada gole ia sobrando menos de mim E vinha crescendo grande essa vontade aqui dentro Bebi todas as vezes que me fez esperar Bebi também suas desculpas desencontradas Bebi até aquele orgulho de não sentir mais nada Me afoguei.  Me embriaguei  Saí da dieta, quebrei promessa.  Bebi  Mas se quer saber eu não beberia de novo Pois descobri que pra esquecer teu gosto Isso eu nem se eu entornasse um bar inteiro.
"Torna-te quem tu és" - Píndaro