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Mostrando postagens de maio 30, 2020

Obrigada, Carol.

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Em uma tarde de 2017 eu ouvi algo que me parou. E eu fiquei assim, parada, por quase um dia todo. Já era final da tarde quando ouvi e encerrei aquele dia ali, sozinha. Eu e meu violão repetindo incansavelmente uma mesma música tal qual um disco riscado que esqueceu como funcionar. Não era possível. Mas era. Eu acordei no outro dia e continuava sendo verdade, continuava sendo verdade! Mas não podia ser. As horas iam passando e eu só precisava que minha mãe chegasse em casa. Eu não conseguia falar, estava há quase um dia sem falar. Se eu falasse ia ver que era verdade, e não podia. Eu acordei, tomei café, me arrumei, penteei os cabelos e fiquei esperando minha mãe chegar no horário que ela sempre chegava porque ela iria entender ou me dizer que não podia ser real. No momento em que minha mãe chegou eu já estava aflita e ninguém entendia nada. Disse à ela que a Carol - aquela minha amiga com quem tomamos café no dia do Sarau - a Carol mãe, de cabelo enroladinho, cheia de express...

Sobre meus desertos - o mais longo deles

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Em 2018 eu briguei com Deus.  E briguei com muita gente tentado suprir a fala de Deus, e briguei com outras porque queria encontrar Deus. Se você me conhece ao menos um pouquinho já deve ter percebido que eu não sou de briga, mas naquele tempo eu só queria brigar, estava brigada comigo mesma.Eu não entendia o porquê. Não conseguia entender como podia ser tão simples se eu nem de longe merecia tanto. Como era possível um amor tão grande assim que me chamava de filha e que me abria os braços e que me amava mesmo quando eu fazia as piores coisas?  Nesse meu deserto, Deus me encontrou de novo. Várias vezes, quando eu não queria ser vista, quando eu não queria ser encontrada. Nos momentos em que eu queria estar sozinha e me isolar na minha própria dor. Quando eu achava que meu sofrimento era maior que o dos outros e quando eu achava que elas nem sequer eram dores e não mereciam cuidado. Deus me abraçou.  Ele mandou pessoas, experiências. Ele me contou histórias e...

22 de junho de 2018

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Tem meses que eu venho tentado não sentir tudo isso que está aqui dentro. Eu me maltrato o máximo que dá pra não deixar sair. Durmo todas as noites com um nó maior que eu na garganta só pra não deixar os outros verem como a gente pode ser feio por dentro, o quanto pode não ser bonito quando a gente se guarda o bastante pra acabar se derramando, no mal sentido. Eu tentei ocupar cada minuto do meu dia pra tentar convencer a mim mesma que no fundo no fundo não tava perdida. Mas eu tô e não faço ideia de como sair daqui. Eu já tentei fingir que isso não me incomoda, mas nem isso mais eu tô sabendo fazer. Se chego em casa eu quero ir embora e na rua só penso em me recolher. Em algum momento eu me deixei escapar e tô com medo da pessoa que eu era nunca mais voltar e eu me sentir assim pra sempre. Eu tô com medo porque eu sinto que ainda tem muito tempo aí fora pra pouco eu. Muita gente botando fé em alguém que eu nem sei mais se existe. E porra, isso dói. Cada vez que eu mergulho outra ve...
"Torna-te quem tu és" - Píndaro