Quando eu te olhava, me via.
Quando te conheci naquela tarde de sábado mais quente do que o previsto, algo em mim já sentia que você iria mexer comigo da mesma forma que o sol faz quando toca minha pele. Que eu adoraria te ter por perto ao mesmo tempo em que tratava de usar protetor solar o suficiente pra garantir que ficássemos apenas na superficialidade. A questão é que às vezes - quase sempre - eu me esquecia daquele cuidado todo antes de sair de casa. E me via queimando e me deixando queimar, embora meu desejo ainda fosse a distância. Eu me assustei porque encontrando você eu via a mim mesma. Eu enxergava uma alma tímida à espera da palavra certa pra se revelar. Eu via o mundo de alguém que refletia o meu mundo. E aquilo me assustava. Então eu corri. Por mais difícil que seja admitir, eu sempre procurei no outro aquilo que me faltava. Não que de algum jeito eu me sentisse incompleta, mas sim porque eu não acredite que nada pode ser bom o bastante a ponto de nunca precisar de um complemento. Enquanto eu q...