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Mostrando postagens de agosto 29, 2021

Presentes que a vida dá.

Esses dias estávamos conversando sobre qual história a gente gostaria de contar, com essa aqui acho que eu começo.  A Fran e eu nos tornamos amigas no dia em que uma professora olhou pra mim lá pela primeira ou segunda semana de aula e perguntou sobre a perda da posse, esbulho possessório e turbação . Meu cérebro deu tela azul nesse momento e a  Fran estava bem ali do lado pra gente rir um pouco depois. Coincidentemente ou não, hoje em dia a Fran é a melhor advogada de imobiliário que eu conheço, bem o tema que aquela professora perguntou e a gente nem fazia ideia do que se tratava.   A Fran também começou a trabalhar alguns meses antes de mim e no auge de toda a nossa curiosidade de quem acabou de entrar na faculdade, era ela que trazia todo dia uma coisa nova sobre o que acontecia no mundo real do direito. A gente conversava sobre a vida pelos fóruns, sobre despachar com juiz, das petições e eu amava ouvir porque na sala de aula aquilo ainda era uma realidade tota...

Descansar é preciso.

Assim como bastante gente, eu sou uma dessas pessoas que sente muita dificuldade em parar. Muita. Não estou nem falando sobre momentos de descanso, isso eu tenho. A questão é mais no sentido de enxergar que tudo bem ter tempo livre pra me ocupar com o mais absoluto nada, ou com o que eu quiser e que não envolva estudo nem trabalho nem alguma outra atividade que era lazer mas virou uma obrigação em algum momento. Quando eu era mais nova, amava quando as pessoas me perguntavam como eu arranjava tempo pra tantas coisas, como conciliava tudo e fazia dar certo. Ficava morrendo de orgulho de ter a agenda cheia. Olhando pra trás eu vejo que só ocupava todo o meu tempo possível mesmo, riscando todos os dias vários itens da lista de compromissos, muitas vezes só emendando uma coisa na outra sem nem prestar atenção nos processos que aconteciam no meio disso, às vezes sem respirar mesmo. E de verdade, a gente precisa respirar. No final do ano passado eu tinha algumas horas sobrando no trabalho e ...

Sobre comida japonesa e um Deus que não nos deixa só.

Durante bastante tempo comida japonesa foi sinônimo de algo muito distante pra mim. Eu me lembro que de vez em quando saía para comer após o trabalho com algumas amigas da faculdade e a única sensação que eu lembro de ter logo depois era pensar que se tratava de algo muito caro e também que a minha família nunca estaria naquelas fotos que a gente via de vez em quando com todo mundo na mesa comendo comida japonesa.  Aqui em casa a gente sempre teve o hábito de fazer comidas especiais em dias normais. Todo sábado é um evento e envolve alguma receita pensada exatamente para aquele dia, sempre foi assim. Hoje eu estava pensando nisso e entendi que na verdade era por questões de dinheiro mesmo. Dentre as muitas escolhas que meus pais e minha avó fizeram na minha criação e na dos meus irmãos, comer fora não era uma prioridade, não era nem uma opção pra falar a verdade. E eu não estou contando tudo isso pra ser uma história triste.  Alguns meses atrás, num dia desses em que meu coraç...
"Torna-te quem tu és" - Píndaro