2017.

Eu me preparava pra prestar OAB uns meses atrás e como sempre acontece em toda prova que eu faço, dessa vez em uma intensidade até maior, eu estava surtando. Minha vida não ia acabar se eu não passasse, eu teria outras chances. Mas ao mesmo tempo eu apostei tudo que podia ali.
No dia da primeira fase minha mãe conseguiu ingressos pra assistirmos o musical do meu livro favorito: Les Mis. Se eu passasse ou não a gente veria a peça mesmo assim. Os miseráveis é sobre mudança, é sobre esperança. Comemorei ali antes da peça começar que tinha passado.
Na segunda fase o nervoso estava um pouco maior, se é que isso é possível. Pois bem, na ultima aula do cursinho decidiram passar um daqueles vídeos pra mostrar que a gente é capaz, pra minha surpresa, a Susan Boyle cantando a música tema de les mis. Ali eu entendi que ia dar tudo certo. Ali eu senti as mãos de Deus me dizendo "Ana, se acalma, confia". Deu certo.

Em outra oportunidade esse ano mesmo eu me encontrava com as maiores dúvidas do mundo. Eu não sabia se estava no caminho certo. Se Deus  estava contente com as minhas escolhas. Se eu estava sendo quem ele tinha me dito pra ser. Dividi essas dúvidas com uma amiga bem próxima e soube que o que eu sentia ela também sentia. A gente passou bem umas 2 semanas nessa inquietação, na dúvida, conversando pra ver se algum jeito isso se aliviava. Num final de expediente qualquer meu celular notificou o versículo do dia. Era pra mim, era pra ela. E era a resposta daquilo que a gente vinha há tanto tempo se perguntando. Ali Deus também disse "Ei, se acalmem, confiem". E assim a gente fez, a inquietude passou.

Hoje eu senti umas das maiores dores do mundo, perdi uma amiga, um coração gigante que tava sempre ali pronto pra o que precisasse. Eu chorei quando eu soube, chorei quando confirmei, chorei quando lembrei de tudo o que ela foi, tudo o que ela deixou pra mim. Chorei quando abracei minha mãe, quando abracei nossos amigos, eu só sabia chorar. Porque doía e eu nunca havia perdido amigo nenhum. A Carol nunca teve nada a ver com direito mas vira e mexe ela me indicava eventos pra aumentar minhas horas complementares. Mesmo com mil coisas pra fazer ela dava um jeito e lembrava. O prazo pra enviar tudo e conseguir o diploma acaba essa semana, ninguém sabia, mas ainda tenho 5 horas incertas que me impedem de se formar.
Saindo do lugar em que eu dei tchau pra Carol pela última vez de algum jeito eu me sentia em paz. Porque eu sei quem ela foi, o que ela deixou. Nem eu mesma entendi aquilo.
Quando cheguei em casa recebi a notificação de que um artigo que eu tentava publicar há meses finalmente tinha sido aceito. Tudo o que eu precisava pra fechar as horas em aberto. Antes do prazo. Eu nem lembrava ou esperava mais nada desse artigo. Mas novamente eu senti "Ana, confia, vai passar". E entendi a paz. 

Eu não sei quais são os planos dEle, eu não sei por quanto tempo vai doer nem quantas vezes eu vou ter que sentir isso ainda. Mas novamente ele está me pedindo pra confiar, e eu vou. Tá doendo, vai continuar porque ninguém substitui ninguém, mas eu prefiro acreditar que teve um plano maior por trás disso. Ele não dá ponto sem nó.


Comentários

Gugu Keller disse…
Se com a tez crês, tua vez vês.
GK

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