Sobre comida japonesa e um Deus que não nos deixa só.

Durante bastante tempo comida japonesa foi sinônimo de algo muito distante pra mim. Eu me lembro que de vez em quando saía para comer após o trabalho com algumas amigas da faculdade e a única sensação que eu lembro de ter logo depois era pensar que se tratava de algo muito caro e também que a minha família nunca estaria naquelas fotos que a gente via de vez em quando com todo mundo na mesa comendo comida japonesa. 

Aqui em casa a gente sempre teve o hábito de fazer comidas especiais em dias normais. Todo sábado é um evento e envolve alguma receita pensada exatamente para aquele dia, sempre foi assim. Hoje eu estava pensando nisso e entendi que na verdade era por questões de dinheiro mesmo. Dentre as muitas escolhas que meus pais e minha avó fizeram na minha criação e na dos meus irmãos, comer fora não era uma prioridade, não era nem uma opção pra falar a verdade. E eu não estou contando tudo isso pra ser uma história triste. 

Alguns meses atrás, num dia desses em que meu coração estava em pedaços e sofrendo por uma dor muito recente eu comprei uma caixinha de comida japonesa e comi sozinha aqui no meu quarto mesmo pra não ser obrigada a dividir com ninguém.  Aquilo de "Estou sofrendo, eu mereço", sabe? E foi isso. 

Um outro dia em que cheguei bem tarde do trabalho eu resolvi fazer a mesma coisa, mas dessa vez uma caixinha um pouco maior. Mesmo sendo rodízio pra uma pessoa só, naquele dia comemos eu, minha mãe e meus irmãos e todo mundo ficou até satisfeito. Hoje aconteceu de novo. 

Essa semana mesmo li a passagem da multiplicação dos pães. Sobre como 3 pães e 2 peixes alimentaram uma multidão inteira. Naquele dia Jesus ensinou seus discípulos sobre fé nas coisas que não vemos e também sobre o poder de Deus em nos sustentar mesmo diante de nossas inseguranças. Aqui, mais de dois mil anos depois, eu pude ver o mesmo. Deus continua sendo bom. Mesmo em momentos que estamos tristes demais pra pensar sobre isso, ele continua sendo bom. 


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