(antes escrevia poemas, hoje em dia só escrevo você)
No pior dos casos, eu diria se tratar de amor. Daqueles que se custa a aceitar, por motivo algum, bem sei, mas que te domina interinha. Chega a ser estranho esse efeito que você causa. De me fazer achar tempo na rotina, andar sorrindo pros dias cinzas, encostar meu rosto no seu peito e sentir que já alcancei o mundo. Se eu pudesse prever qualquer coisa exatos 97 dias atrás (coincidentemente, a data em que você resolveu apostar em mim) eu diria tudo, tudo, menos que estaríamos onde estamos. Eu já me quebrei demais, fui quebrada, me atirei fundo em amores rasos me sentindo cheia, entreguei o que eu tinha de melhor a quem só me dava o mesmo que oferecia pro mundo, nunca o bastante. Quando a gente se encontrou, eu andava em corda bamba embora ao mesmo tempo sentisse ter tudo. Os aplausos do público e o ritmo da banda; as risadas, as fotografias. Todavia, ali no meu eu já sabia que a qualquer momento, se eu não prestasse atenção o bastante pra cada pequeno passo que eu dava, poria tudo a perder. Eu não vi quando perdi o controle, mas quando tudo caiu, por mais que andasse junto, no chão só sobrei eu. Obrigada por ser a mão, apoio e abrigo. Obrigada por ter acolhido meu caos em porto. Obrigada pelas companhias nos dias de intenso frio. Pela espera. Pela aposta. Nunca imaginei ser possível ver o sol toda manhã, agora eu sei que é e me deito ao seu lado.
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