22 de junho de 2018

Tem meses que eu venho tentado não sentir tudo isso que está aqui dentro. Eu me maltrato o máximo que dá pra não deixar sair. Durmo todas as noites com um nó maior que eu na garganta só pra não deixar os outros verem como a gente pode ser feio por dentro, o quanto pode não ser bonito quando a gente se guarda o bastante pra acabar se derramando, no mal sentido. Eu tentei ocupar cada minuto do meu dia pra tentar convencer a mim mesma que no fundo no fundo não tava perdida. Mas eu tô e não faço ideia de como sair daqui. Eu já tentei fingir que isso não me incomoda, mas nem isso mais eu tô sabendo fazer. Se chego em casa eu quero ir embora e na rua só penso em me recolher. Em algum momento eu me deixei escapar e tô com medo da pessoa que eu era nunca mais voltar e eu me sentir assim pra sempre. Eu tô com medo porque eu sinto que ainda tem muito tempo aí fora pra pouco eu. Muita gente botando fé em alguém que eu nem sei mais se existe. E porra, isso dói. Cada vez que eu mergulho outra vez nessa aventura de se encontrar sinto como se uma camada da minha pele fosse arrancada pra mostrar a que tá mais por baixo. E não importa quantas versões de mim mesma se mostrem pro mundo, de algum jeito nenhuma delas é o que deveria ser. Uma vez ouvi dizer que a gente nunca muda de verdade, a gente só se descobre. Mas a coisa tá funcionando de um jeito diferente aqui. Eu finjo que não me incomoda esse desafio do tentar ser mas eu tô querendo enganar quem? Tá todo mundo sempre atrás de alguma coisa e eu nem sei mais o que eu quero, o que vai ser bom pra mim. Do seguir o rumo porque alguém me disse que eu deveria seguir. Do sozinha nem mesmo saber quem sou.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

2017.

todos os dias, onde morre o amor

Mesmo grande, perto de você sempre quis ser pequenininha.

"Torna-te quem tu és" - Píndaro