rasgar-se e remendar-se.

Que arte é essa que me sufoca e ao mesmo tempo me faz querer viver? Quem ela pensa que é pra me ter refém? Se não soubesse que nosso saldo é mil vezes  mais positivo do que negativo, arriscaria dizer que nosso relacionamento - o meu e da arte - é abusivo. 

Se estou longe me sinto vazia, sem forma, sem graça. Se estou perto me lembro de todos os motivos que há anos me fazer morar nesse ir e vir sem destino. 

Se conhecesse a gente apenas de longe, como um desses casais que vemos em fotos, juro que diria que somos almas gêmeas, que a gente nasceu pra ser. Na vida real, por outro lado, toda vez que te encontro eu penso: ser o quê? De que vale poder ser tanto se ao final é com o nada que a gente vive? 

Queria ser toda sua. Sem coração dividido. Sem essa pressa de ir todas as vezes que eu chego. Sem períodos longos em que a gente nem se vê e o meu coração fica oco.

Mas o que é que a gente é?

Arte.

Incompleta. Insatisfeita. Toda oca, ainda que carregada de amor. 

(c a m b a l e a n d o - Ana Luísa Marcos)




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