Eu que já não quero mais ser um vencedor, levo a vida devagar pra não faltar amor.

Durante um tempo na minha vida participei de um movimento em que desistir significava ser um perdedor. Significava ser fraco. Acreditei bastante nessa história, inclusive quando fui uma das pessoas que avisou que iria sair. A grande questão, que aprendi pouco tempo depois, é que nem toda desistência precisa ser ruim, às vezes a gente só não cabe mais e não tem nada de errado nisso. Sinto que todas as vezes que conhecemos pessoas ou entramos em novos grupos, a gente se transforma de algum jeito. E isso faz você crescer ou diminuir, ou só te traz a elucidação de quais são os lugares em que gostaria de estar ou não. Desistir de coisas por entender quem você é não deveria ser algo ruim, na verdade é massa demais, um ato de coragem até.  

Além dessa questão com desistências que vinham sempre com um gostinho de ser perdedora, também tenho muitos problemas com encerrar as coisas, dar fim mesmo. Na maioria das vezes eu espero que as coisas acabem comigo, vou até o limite pra não ter que ser a pessoa que pediu pra sair. E isso é bem errado.

Quando a gente se sujeita a permanecer em espaços e relações que não são nossas - no sentido de não comportarem o universo inteiro que nós somos  - isso é desrespeitoso. Você está dizendo pra sua "eu" do passado que a trajetória  dela toda não teve muita importância porque agora, unicamente pra não entregar aos outros o gostinho de ter ver saindo, desistindo mesmo, vale a pena se diminuir. Honestamente, não vale. 

Hoje eu escolho brindar aos desistentes. 
Um abraço a todos os perdedores que escolheram o melhor que se pode viver, mesmo que isso não represente o melhor para quem está só observando tudo de fora.
A gente não deve nada pra ninguém, não precisa ser plateia de ninguém. 
Um brinde a isso também.




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