São Paulo, 13 de setembro de 2023.


Falta exatamente uma semana para o meu aniversário de 28 anos, mas não é sobre isso que quero falar. Sinto que já escrevi algumas vezes sobre isso, mas a grande verdade é que faz só alguns anos que entendi (e acho que até aprendi) a amar a vida. Antes eu vivia, e só.

Mas como num daqueles filmes em que a personagem principal tem um click, uma grande virada de rumo da história, acho que passei por isso também. 

De repente me vi vivendo novas histórias, indo para jogos lugares, sozinha, acompanhada, entre amigas, com desconhecidos, experimentando coisas, e gostei. Entendi que não somos definitivos e que existe um mundo de possibilidades aí fora, mas que sim, pode ser custoso abrir essa porta.

Apesar disso, a grande questão é que nunca me imaginei em outra vida. Eu descobri o quanto ser exatamente quem sou me permite viver coisas incríveis, mas nunca pensei sobre como isso poderia ser de outro jeito.

Confesso que estou com medo de que tudo mude, muito medo. E eu não quero falar em voz alta porque isso tem o poder enorme de potencializar as coisas, de torná-las grandes e hoje tudo o que eu quero é que sejam pequenos. Que os problemas sejam pequenos, banais, triviais. Me importar só porque eu quero, não porque preciso. Mas isso é o que eu quero, não necessariamente o que é. Eu torço, oro, imploro pra não ser nada.

Os últimos meses foram difíceis. Lindos e difíceis. Descobri fatos sobre o amor que eu nunca imaginei viver e de perto vivenciei um dos amores que eu sempre conheci ir pra longe, voltar pra perto e longe de novo, e perto, num looping infinito que me fazia conversar com Deus em sussurros de quem não sabe exatamente o que dizer.

Sim, isso está confuso, assim como tem sido os últimos tempos. E também é isso o que acontece quando uma pessoa que se expressa muito pela escrita, deixa de escrever. Ela acumula palavras e depois solta tudo de uma única vez em parágrafos que ninguém entende. 

Por hoje é isso, e espero voltar amanhã. Antes de completar mais uma volta no calendário, quero resgatar essa parte tão legal de mim. Escrever, pra poder voltar e lembrar. Entender que tudo passa. Vai passar. 


- De uma Ana cheia de medo 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

2017.

todos os dias, onde morre o amor

Mesmo grande, perto de você sempre quis ser pequenininha.

"Torna-te quem tu és" - Píndaro