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 São Paulo, 13 de setembro de 2023. Falta exatamente uma semana para o meu aniversário de 28 anos, mas não é sobre isso que quero falar. Sinto que já escrevi algumas vezes sobre isso, mas a grande verdade é que faz só alguns anos que entendi (e acho que até aprendi) a amar a vida. Antes eu vivia, e só. Mas como num daqueles filmes em que a personagem principal tem um click, uma grande virada de rumo da história, acho que passei por isso também.  De repente me vi vivendo novas histórias, indo para jogos lugares, sozinha, acompanhada, entre amigas, com desconhecidos, experimentando coisas, e gostei. Entendi que não somos definitivos e que existe um mundo de possibilidades aí fora, mas que sim, pode ser custoso abrir essa porta. Apesar disso, a grande questão é que nunca me imaginei em outra vida. Eu descobri o quanto ser exatamente quem sou me permite viver coisas incríveis, mas nunca pensei sobre como isso poderia ser de outro jeito. Confesso que estou com medo de que tudo mude...
você vem, me leva pra passear e nunca me escolhe. me conta dos seus dias, quanto tempo falta pra finalmente colar grau, mas nunca me escolhe.  diz que eu te apresentei a maioria dos lugares que conhece nessa cidade,  que antes de mim só tinha os mesmos caminhos, e  nunca me escolhe. a gente vibra por aquela conquista que eu te contei, ´ percebe o quanto você está diferente,  e mesmo assim, você nunca me escolhe.  preciso ir.  não dá mais.  eu quero sair sem me explicar porque dificilmente saberia te explicar como dilacera esse sentimento de que eu sou boa pra ti, mas não o bastante pra ser escolhida.  que passar dias e dias na minha companhia não te leva a fazer planos.  que você não quer que seus amigos me vejam, que saibam como meu rosto é.  que o que eu sou não basta.  pra mim sim.  me escolhi e prometo continuar tentando por todos os dias de minha vida. 

graça em você.

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Acho graça em como o amor transforma e se transforma. Uns anos atrás, quando eu estava a centenas de quilômetros de distância, lembro que no meu interior queria estar perto de você, ainda que em todos os nossos últimos encontros eu sentisse que estávamos cada vez mais longe. Passado algum tempo, chegadas e partidas, hoje estamos longe. Mas te sinto perto? E de um jeito que honestamente nunca pensei que fosse possível  Ainda que a gente já falasse disso lá atrás. Sobre como mesmo longe, em outras histórias e com outras pessoas, eu nunca iria conseguir te odiar e você nunca conseguiria contar uma história ruim sobre quem eu fui pra você. Ao seu lado eu aprendi a amar um pouco mais o imprevisto. O que acontece quando a gente topa não ir pra casa quando a cerveja acaba e o bar fecha. Quando alguém te chama pro inesperado e você escolhe confiar. Em você mesma, porque isso não é mais sobre o outro,  mas sobre os infinitos universos que a gente é capaz de percorrer quando...

De quando eu quis dançar com você

Eu danço com os raios de sol que quando tocam minha pele fazem com que eu me sinta: bonita viva com sorte. Dançar com o sol era uma das coisas que eu tinha acabado de aprender quando você chegou por aqui e continuei e continuo. Apesar dos dias em que o sol escolhia não brilhar, me agradeço por continuar dançando somente pela certeza de que ele se mantinha ali. Você nunca quis dançar mas fazia questão de se gabar sobre o quanto era bom nisso. Era bom em tanta coisa. Será? Penso nas vezes em que me fiz pequenininha só pra te enxergar maior. E ver tanta importância nas suas coisas quanto você fazia parecer.  Hoje eu sei que era fuga. Do sol. De mim. De tudo que eu já havia visto no passado mas fiz questão de não ver em você. Eu via coisas bonitas, somente coisas bonitas. Até ver o pior lado, onde faz frio ainda que esteja quente. Ainda bem que aprendi a dançar com o sol.  (Janeiro/22)

lembranças.

Quando eu paro para pensar sobre habilidades que eu tenho, uma das primeiras coisas que me vem à mente é minha memória. Eu dificilmente esqueço algo, sempre me lembro de datas, nomes, detalhes de histórias que me contaram, lembro até demais. Ao mesmo tempo, algumas vezes eu sou surpreendida por perder de vista fatos que eu não devia me esquecer em hipótese alguma.  Ontem fui lembrada que antes de ser levado para a cruz, Jesus nos prometeu estar com a gente por todos os dias de nossas vidas, até o fim dos tempos. E não é como se eu realmente tivesse me esquecido disso, mas é algo tão grande e tão importante que nunca deveria deixar de estar vivo aqui na minha mente. Mas às vezes não está. Às vezes me esqueço e quero dar conta de tudo sozinha, com minhas próprias mãos, mesmo sabendo que existe um Pai que quer nos acompanhar em todos os detalhes. Enfim, sempre acho doido quando paro para pensar nisso. Um Deus que escolheu ser frágil, que teve amigos e que quer se relacionar com a gent...

Presentes que a vida dá.

Esses dias estávamos conversando sobre qual história a gente gostaria de contar, com essa aqui acho que eu começo.  A Fran e eu nos tornamos amigas no dia em que uma professora olhou pra mim lá pela primeira ou segunda semana de aula e perguntou sobre a perda da posse, esbulho possessório e turbação . Meu cérebro deu tela azul nesse momento e a  Fran estava bem ali do lado pra gente rir um pouco depois. Coincidentemente ou não, hoje em dia a Fran é a melhor advogada de imobiliário que eu conheço, bem o tema que aquela professora perguntou e a gente nem fazia ideia do que se tratava.   A Fran também começou a trabalhar alguns meses antes de mim e no auge de toda a nossa curiosidade de quem acabou de entrar na faculdade, era ela que trazia todo dia uma coisa nova sobre o que acontecia no mundo real do direito. A gente conversava sobre a vida pelos fóruns, sobre despachar com juiz, das petições e eu amava ouvir porque na sala de aula aquilo ainda era uma realidade tota...

Descansar é preciso.

Assim como bastante gente, eu sou uma dessas pessoas que sente muita dificuldade em parar. Muita. Não estou nem falando sobre momentos de descanso, isso eu tenho. A questão é mais no sentido de enxergar que tudo bem ter tempo livre pra me ocupar com o mais absoluto nada, ou com o que eu quiser e que não envolva estudo nem trabalho nem alguma outra atividade que era lazer mas virou uma obrigação em algum momento. Quando eu era mais nova, amava quando as pessoas me perguntavam como eu arranjava tempo pra tantas coisas, como conciliava tudo e fazia dar certo. Ficava morrendo de orgulho de ter a agenda cheia. Olhando pra trás eu vejo que só ocupava todo o meu tempo possível mesmo, riscando todos os dias vários itens da lista de compromissos, muitas vezes só emendando uma coisa na outra sem nem prestar atenção nos processos que aconteciam no meio disso, às vezes sem respirar mesmo. E de verdade, a gente precisa respirar. No final do ano passado eu tinha algumas horas sobrando no trabalho e ...

Sobre comida japonesa e um Deus que não nos deixa só.

Durante bastante tempo comida japonesa foi sinônimo de algo muito distante pra mim. Eu me lembro que de vez em quando saía para comer após o trabalho com algumas amigas da faculdade e a única sensação que eu lembro de ter logo depois era pensar que se tratava de algo muito caro e também que a minha família nunca estaria naquelas fotos que a gente via de vez em quando com todo mundo na mesa comendo comida japonesa.  Aqui em casa a gente sempre teve o hábito de fazer comidas especiais em dias normais. Todo sábado é um evento e envolve alguma receita pensada exatamente para aquele dia, sempre foi assim. Hoje eu estava pensando nisso e entendi que na verdade era por questões de dinheiro mesmo. Dentre as muitas escolhas que meus pais e minha avó fizeram na minha criação e na dos meus irmãos, comer fora não era uma prioridade, não era nem uma opção pra falar a verdade. E eu não estou contando tudo isso pra ser uma história triste.  Alguns meses atrás, num dia desses em que meu coraç...

não é linear.

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A vida não é linear,  o processo não é linear, superar tudo e partir pra outra ou só voltar pra mim mesma também não é linear. Tem dias que eu me perco e fico um tempão olhando tudo sem sentir. A gente até finge que novos planos são o bastante pra compensar aqueles antigos que foram pro buraco quando todo o resto deixou de existir, mas não é assim, não é linear. Ontem meus planos pra hoje e pro futuro eram a confirmação de que tudo estava bem. Hoje isso já não basta e nos meus pensamentos mais honestos eu queria voltar mais de 365 dias atrás pra segurança do que um dia foi certo.  Mas tá tudo bem.  Talvez hoje não, mas amanhã vai estar. 

Eu que já não quero mais ser um vencedor, levo a vida devagar pra não faltar amor.

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Durante um tempo na minha vida participei de um movimento em que desistir significava ser um perdedor. Significava ser fraco. Acreditei bastante nessa história, inclusive quando fui uma das pessoas que avisou que iria sair. A grande questão, que aprendi pouco tempo depois, é que nem toda desistência precisa ser ruim, às vezes a gente só não cabe mais e não tem nada de errado nisso. Sinto que todas as vezes que conhecemos pessoas ou entramos em novos grupos, a gente se transforma de algum jeito. E isso faz você crescer ou diminuir, ou só te traz a elucidação de quais são os lugares em que gostaria de estar ou não. Desistir de coisas por entender quem você é não deveria ser algo ruim, na verdade é massa demais, um ato de coragem até.   Além dessa questão com desistências que vinham sempre com um gostinho de ser perdedora, também tenho muitos problemas com encerrar as coisas, dar fim mesmo. Na maioria das vezes eu espero que as coisas acabem comigo, vou até o limite pra não ter q...

bbb e quando a gente se vê de longe.

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Aos 14 anos fui pela primeira vez em um acampamento da igreja. Eu estava ansiosa demais. Havia acabado de retornar da minha viagem de formatura da oitava série e finalmente iria para o acampamento de que eu ouvia falar há muitos anos como sendo o lugar mais incrível do mundo. Com tantas expectativas, talvez fosse normal se frustrar um pouco, acho que foi isso o que eu talvez pensei na volta pra consolar meu próprio coração adolescente.  Eu conhecia pouca gente ali e passei os dias com algumas das meninas que dividiam quarto comigo. Honestamente, eu achava que éramos amigas. Lembro nitidamente do momento em que elas faziam comentários sobre uma foto e quando eu pedi pra ver também, a resposta foi "você não vai ver, é curiosa demais" e todas as outras riram. Tudo acabou pra mim. O acampamento acabou, a graça acabou e eu percebi que elas não me queriam por perto, assim como fizeram questão de demonstrar a partir daquele momento. Penso que talvez no começo tenham sido simpáticas ...

Em seis dias Deus fez o mundo e eu refiz o meu (ou talvez uns dias a mais)

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Confesso pra você que achei que já tinha passado. Que por aquilo que eu sentia já haver morrido, não restar nenhuma parte de mim que ainda sentia falta de você. Me enganei feio, mas tudo bem, é bom lembrar às vezes que a gente existiu. Só não quero viver de memórias pra sempre. Eu sei que mesmo em outra história, eu mereço realidade e você também. Outras histórias. Você apagou a foto daquele livro que eu te dei. Aquela foto sua que tirei na primeira viagem que a gente fez e que só era engraçada porque não parecia você, também. É ruim demais lembrar do amor que já passou. Lá nos primeiros dias e até quase nos últimos o que eu mais queria era que não passasse nunca. Passou. 

Avenida Paulista e todos os lugares que chamei de casa .

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Te levei a todos os meus lugares favoritos, hoje me dei conta do vazio que é estar lá sem você. Eu sei que fui eu quem te convidou, mas você não tinha o direito, sabe. Pra onde eu vou agora? Que lugares novos vou precisar conhecer pra perceber que o mundo é grande e tem muito mais companhia e vida por fora de onde já estive? Completavam 3 dias que eu não chorava, hoje lembrei que terça-feira tenho uma consulta bem ali no lugar que era meu e eu deixei ser nosso e meu coração travou. Lembrou de tudo. Amor é bom mas dói tanto quando passa e você tem que lidar com o que fica. Queria dividir essas coisas com você mas sei que faria mais mal do que bem. Ia me dar a sensação errada de que ainda tem jeito e de que não acabou. Mas eu sei que sim, você sabe também. Parte de mim finge que não quer saber enquanto outra tenta tocar a vida pensando em outras coisas, focando em outras vistas. Mas se eu vou lá, vejo você. Queria que a gente fosse real e não a lembrança do que ficou na minha mente. Terç...

não faz sentido regar uma flor que já morreu.

Que talvez seja um outro modo de dizer aquela famosa frase " onde não puderes amar, não se demores ". Fato é que eu estou repetindo essas duas frases pra mim mesma desde que li a do título hoje mais cedo e logo me lembrei da que escrevi ali na primeira linha. A gente é bobo, né? Pensa que vai morrer, que o mundo acabou. Ninguém morre de amor, mas talvez morra um pouquinho cada vez que se conforma em viver onde não podemos fazer casa, onde a gente se sente sempre a visita que precisa perguntar se pode abrir a geladeira.  Eu quero deitar no sofá e acordar com um cobertor nos meus pés. Quero que a gente pense juntos sobre onde podemos ir no feriado que vem. Quero acordar numa manhã de sábado e tomar um café da manhã bem demorado. Quero cozinhar junto com você no domingo e tudo bem se o resultado não ficar tão bom assim. Quero que a gente cogite os nomes dos possíveis filhos que a gente nem sabe quando e nem se quer ter.  Só porque a gente quer, porque é legal pensar em dividir p...

é tudo muito injusto.

é injusto aqui na minha cabeça que as coisas não prossigam conforme a minha vontade e que eu não possa abraçar todo o mundo, que não possa encher minha mochila com tudo o que mais amo e carregar pra onde for, com a segurança de que estou protegida em caso de qualquer imprevisto.  viver é o imprevisto.  Deus é a preparação e mesmo colocando toda a minha vida nas mãos dEle às vezes eu queria só uma segurança pequenininha de que eu estou fazendo as coisas do jeito certo. De que tudo vai ficar bem.  Não é apego, eu juro. ´Talvez seja medo, mas do incerto, não de que estar com Deus é sempre o melhor dos caminhos.  Só sei que eu gostaria de ir e ficar ao mesmo tempo.  E não dá.  Hoje te disse pra ir,  queria que me respondesse de volta que quer ficar. 

todos os dias, onde morre o amor

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aqui, bem nas nossas vistas mesmo. quando você deixa aos poucos de perguntar sobre aquilo que te contei que ia acontecer. quando a gente se toca menos. quando esquece de ser gentil por dias e dias seguidos.  quando deixa pra depois sem pensar ele depende inteiramente da gente se querer hoje.  todos os dias, onde morre o amor. 

rasgar-se e remendar-se.

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Que arte é essa que me sufoca e ao mesmo tempo me faz querer viver? Quem ela pensa que é pra me ter refém? Se não soubesse que nosso saldo é mil vezes  mais positivo do que negativo, arriscaria dizer que nosso relacionamento - o meu e da arte - é abusivo.  Se estou longe me sinto vazia, sem forma, sem graça. Se estou perto me lembro de todos os motivos que há anos me fazer morar nesse ir e vir sem destino.  Se conhecesse a gente apenas de longe, como um desses casais que vemos em fotos, juro que diria que somos almas gêmeas, que a gente nasceu pra ser. Na vida real, por outro lado, toda vez que te encontro eu penso: ser o quê? De que vale poder ser tanto se ao final é com o nada que a gente vive?  Queria ser toda sua. Sem coração dividido. Sem essa pressa de ir todas as vezes que eu chego. Sem períodos longos em que a gente nem se vê e o meu coração fica oco. Mas o que é que a gente é? Arte. Incompleta. Insatisfeita. Toda oca, ainda que carregada de amor.  (c a...

Miguel, a gente promete não esquecer.

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Há 5 dias eu fico pensando que a minha mãe, como mãe de um menino negro, podia ser a mãe do Miguel. Que  a minha avó, como empregada por uma vida, também podia ser a mãe do Miguel. A gente sobreviveu.  Eu passei grande parte da minha infância indo entregar costuras junto com a minha avó na casa dos fregueses dela. Os lugares sempre muito cheios de coisa, com salas que pareciam maiores que a minha casa inteira. Sempre tinha muita casa e pouca gente. Engraçado que eu lembro pouco dos donos das casas mas lembro muito da Iô. A Iô era empregada de uma das casas e também amiga da minha avó. A Iô, de Iolanda, era negra.    Eu penso no que seria diferente se minha pele fosse um pouquinho mais escura. Se teriam coragem de me deixar sentadinha na sala esperando, sozinha, enquanto minha avó tirava as medidas das freguesas no quarto. Se eu teria sido bem vinda nas viagens com esses patrões da minha avó, se eles teriam me deixado entrar na piscina como eu entrei. Eu semp...

Obrigada, Carol.

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Em uma tarde de 2017 eu ouvi algo que me parou. E eu fiquei assim, parada, por quase um dia todo. Já era final da tarde quando ouvi e encerrei aquele dia ali, sozinha. Eu e meu violão repetindo incansavelmente uma mesma música tal qual um disco riscado que esqueceu como funcionar. Não era possível. Mas era. Eu acordei no outro dia e continuava sendo verdade, continuava sendo verdade! Mas não podia ser. As horas iam passando e eu só precisava que minha mãe chegasse em casa. Eu não conseguia falar, estava há quase um dia sem falar. Se eu falasse ia ver que era verdade, e não podia. Eu acordei, tomei café, me arrumei, penteei os cabelos e fiquei esperando minha mãe chegar no horário que ela sempre chegava porque ela iria entender ou me dizer que não podia ser real. No momento em que minha mãe chegou eu já estava aflita e ninguém entendia nada. Disse à ela que a Carol - aquela minha amiga com quem tomamos café no dia do Sarau - a Carol mãe, de cabelo enroladinho, cheia de express...

Sobre meus desertos - o mais longo deles

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Em 2018 eu briguei com Deus.  E briguei com muita gente tentado suprir a fala de Deus, e briguei com outras porque queria encontrar Deus. Se você me conhece ao menos um pouquinho já deve ter percebido que eu não sou de briga, mas naquele tempo eu só queria brigar, estava brigada comigo mesma.Eu não entendia o porquê. Não conseguia entender como podia ser tão simples se eu nem de longe merecia tanto. Como era possível um amor tão grande assim que me chamava de filha e que me abria os braços e que me amava mesmo quando eu fazia as piores coisas?  Nesse meu deserto, Deus me encontrou de novo. Várias vezes, quando eu não queria ser vista, quando eu não queria ser encontrada. Nos momentos em que eu queria estar sozinha e me isolar na minha própria dor. Quando eu achava que meu sofrimento era maior que o dos outros e quando eu achava que elas nem sequer eram dores e não mereciam cuidado. Deus me abraçou.  Ele mandou pessoas, experiências. Ele me contou histórias e...

22 de junho de 2018

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Tem meses que eu venho tentado não sentir tudo isso que está aqui dentro. Eu me maltrato o máximo que dá pra não deixar sair. Durmo todas as noites com um nó maior que eu na garganta só pra não deixar os outros verem como a gente pode ser feio por dentro, o quanto pode não ser bonito quando a gente se guarda o bastante pra acabar se derramando, no mal sentido. Eu tentei ocupar cada minuto do meu dia pra tentar convencer a mim mesma que no fundo no fundo não tava perdida. Mas eu tô e não faço ideia de como sair daqui. Eu já tentei fingir que isso não me incomoda, mas nem isso mais eu tô sabendo fazer. Se chego em casa eu quero ir embora e na rua só penso em me recolher. Em algum momento eu me deixei escapar e tô com medo da pessoa que eu era nunca mais voltar e eu me sentir assim pra sempre. Eu tô com medo porque eu sinto que ainda tem muito tempo aí fora pra pouco eu. Muita gente botando fé em alguém que eu nem sei mais se existe. E porra, isso dói. Cada vez que eu mergulho outra ve...

2017.

Eu me preparava pra prestar OAB uns meses atrás e como sempre acontece em toda prova que eu faço, dessa vez em uma intensidade até maior, eu estava surtando. Minha vida não ia acabar se eu não passasse, eu teria outras chances. Mas ao mesmo tempo eu apostei tudo que podia ali. No dia da primeira fase minha mãe conseguiu ingressos pra assistirmos o musical do meu livro favorito: Les Mis. Se eu passasse ou não a gente veria a peça mesmo assim. Os miseráveis é sobre mudança, é sobre esperança. Comemorei ali antes da peça começar que tinha passado. Na segunda fase o nervoso estava um pouco maior, se é que isso é possível. Pois bem, na ultima aula do cursinho decidiram passar um daqueles vídeos pra mostrar que a gente é capaz, pra minha surpresa, a Susan Boyle cantando a música tema de les mis. Ali eu entendi que ia dar tudo certo. Ali eu senti as mãos de Deus me dizendo "Ana, se acalma, confia". Deu certo. Em outra oportunidade esse ano mesmo eu me encontrava com as maio...

pra quando o carrossel estiver rápido demais

Eu tive uma semana pesada e pensei que de algum jeito, por mais que eu não queira, isso pode continuar acontecendo por mais um tempo. Sendo assim, aproveitei esse momento de calmaria pra fazer uma lista de coisas que me trazem paz e na qual eu possa me apegar todas as vezes que estiver pedindo pra sair, aqui vai: Minha irmã Fotos de São Paulo Fotos de São Paulo em preto e branco Janelas Ouvir a mesma música repetidamente e sem pausas Café no fim de tarde Poesias Minha mãe Caminhar sem rumo por lugares que eu já conheça Riscar tarefas terminadas Sentir que algo que escrevi ficou bom o bastante pra ser compartilhado A comida da minha avó  Criar coreografias na frente do espelho  Meu violão desafinadinho Caminhos longos de ônibus com um amigo do lado O barulho do mar Olhar para o mar Mãos dadas Esperar o momento certo do filme pra começar a comer Perceber que eu estudei tudo o que deveria ter estudado Editar a mesma foto várias vezes O...

sobre-viver

Ser assim, como sou, dói. Afunda a gente. Tem um turbilhão acontecendo aqui dentro e eu tô vendo parte de mim desmoronar por inteiro. Parada. Sem poder fazer nada. Vendo tudo explodir. Vendo o que era meu deixar de ser. Eu tô com medo porque nunca estive do lado de cá, porque antes eu era plateia. Tá doendo porque eu me sinto inútil em não poder fazer nada. Em ser só eu. Em novamente ser menos do que precisam. Eu queria chegar na sua cara e gritar bem alto que porra é essa que você tá fazendo pra onde você tá indo no que é que você tá se tornando. Eu queria gritar bem alto pra ver se você percebe o quanto isso não faz sentido. O quanto ficar perto de você é tóxico e o quanto mesmo assim a gente tem permanecido aqui. Eu queria ser boa o bastante e ter o poder de persuasão que você tem, e te convencer a voltar. Mas você não volta, porque não quer, porque assim como eu descobri que sou pouco, você descobriu que a gente não vale a pena. Desculpa, mas não é verdade. Em momentos eu já achei...

o sol.

em algum momento desses últimos dias descobri que você, enquanto nós, era paz. eu gostava da sensação de tarde de domingo que me atingia toda vez que te via chegar. segunda terça quinta qualquer dia. eu gostava de ser vista nos seus olhos porque você descrevia uma versão de mim melhor do que qualquer reflexo que algum dia me apareceu pra no espelho do banheiro em todos esses anos de existência. você me deixava bem por amar tanto minha família e não precisar fingir que não quando eles não estavam por perto. a gente era uma coisa bonita juntos, dessas visões que não faz mal passar a tarde toda se vendo. eu te via poema e você me via flor. com você me sentia flor e me permitia ser tão delicada quanto o nome exigia. gostava de te ouvir falando meu nome porque de algum jeito você fazia ele parecer importante mesmo estando na lista de nomes mais comuns desse mundão todo. com você eu fui única. e a vista era boa. o corpo quente. era verão todo dia com brisa de fim de tarde até quando o dia n...

Da infinidade de coisas que a gente pode entender enquanto assiste Grey's Anatomy.

Meu pai me ensinou que a gente precisa esperar o telefone tocar duas vezes antes de atender, pra evitar ser atingido por uma descarga inesperada de energia. Eu deveria ter aprendido, mas não consegui. Oito anos atrás, quando eu tinha doze e não entendia quase nada, o telefone de casa tocou e nem que eu tivesse esperado até o último toque pra atender, nada iria me preparar pra toda energia que eu vi ser descarregada sobre mim. Eu ouvi aqueles gritos, perguntei de novo pra ter certeza que não era pegadinha e larguei o telefone no chão, fiz o que a gente faz quando não sabe o que fazer e o mundo parece grande demais pra você. Corri pra minha mãe e avisei que tinha alguém no telefone, fingi que não tinha ouvido notícia nenhuma, que o mundo ainda era mundo e que não era verdade até me contarem pra valer, mesmo depois de já ter ouvido duas vezes. Dali minha mãe ligou pro trabalho do meu pai, avisou que estava indo buscá-lo pra se despedir do maior amor que ele um dia conheceu. Minha av...

Porque o tempo não cura tudo, o amor sim.

Hoje de manhã  a gente tava lá em casa felizes comemorando uma dessas coisas boas que acontecem quando alguém que a gente ama se esforça mais que a maioria e meu pai lembrou de você. Disse que hoje seria um daqueles dias de passar o dia todo ao telefone, ligar pra família inteira, pros vizinhos, ligar até pros filhos menos chegados e contar o quanto tava feliz e o quanto a vida tava recompensando, toda orgulhosa. Lembrei dessa conversa agora à noite e mesmo feliz me peguei chorando e não consigo fazer parar. Por mais desnaturada que eu pudesse ser em termos de família, no meu aniversário você sempre ligava e não precisava de facebook nem nada pra te lembrar que era meu dia, pra me desejar boa vida e elogiar meus cachinhos. Me peguei chorando porque percebi que tem oito anos que você não liga. Tô chorando por toda falta que não me permiti sentir nos últimos anos e por todas as lagrimas que não soube como derramar naquele setembro de 2008, quando nada parecia fazer sentindo. Eu tô c...

Vê se não morre, toma cuidado

hoje eu me peguei lembrando de um dia de uns vários anos atrás. eu tenho quase certeza que era época de férias, então devia ser dezembro ou julho. provavelmente dezembro. lembrei da gente andando num lugar meio desconhecido, bonito, cheio de mato. havíamos parado em uma loja dessas de conveniência qualquer e comprado um salgadinho pra cada um, então o dia tava bonito mesmo. eu lembro que estávamos a mamãe, eu, duas das minhas amigas e você, que devia estar perto de fazer um ano. em termos de dinheiro as coisas tavam curtas naquele tempo, bem mais curtas do que agora, com certeza. só sei que de algum jeito aquilo não impedia a gente de ser feliz, muito menos de ser feliz naquele dia.  o destino era o Butantan, inteirinho e antes do incêndio. e por mais que nenhum de nós tivesse algum dia gostado de biologia, a gente queria aquele passeio mais que tudo. do dia em si eu lembro pouco, da gente andando naquele verde sem fim, vendo uns bichos que não se vê todo dia, de você me a...

Quando eu te olhava, me via.

Quando te conheci naquela tarde de sábado mais quente do que o previsto, algo em mim já sentia que você iria mexer comigo da mesma forma que o sol faz quando toca minha pele. Que eu adoraria te ter por perto ao mesmo tempo em que tratava de usar protetor solar o suficiente pra garantir que ficássemos apenas na superficialidade. A questão é que às vezes - quase sempre - eu me esquecia daquele cuidado todo antes de sair de casa. E me via queimando e me deixando queimar, embora meu desejo ainda fosse a distância. Eu me assustei porque encontrando você eu  via a mim mesma. Eu enxergava uma alma tímida à espera da palavra certa pra se revelar. Eu via o mundo de alguém que refletia o meu mundo. E aquilo me assustava. Então eu corri. Por mais difícil que seja admitir, eu sempre procurei no outro aquilo que me faltava. Não que de algum jeito eu me sentisse incompleta, mas sim porque eu não acredite que nada pode ser bom o bastante a ponto de nunca precisar de um complemento. Enquanto eu q...

traz cor pra minha vida com o caos dos seus problemas

Sempre fui certeza, dando cada passo com a confiança de que aquele seria o único, que eu não era mulher de voltar atrás, de mudar de ideia. Mas não, você me faz flutuar na linha tênue entre estar completamente vulnerável quando a minha mão repousa na sua, ao mesmo tempo certa de que tudo isso é só mais uma fase. Você incomoda, me preocupa. Por mais que tudo pareça certo quando a gente se encaixa, o vazio que você deixa em mim toda vez que vai embora me assusta. Eu sempre me bastei, fui completa, inteira. Você vem e me bagunça, tira tudo do lugar. Faz minhas certezas parecerem vagas, me deixa horas pensando no que eu um dia fui convicção. Chega mas não fica, me diz casa mas não mora. Faz parar, por favor. Eu sou perfeccionista, não aguento incongruências, você despenteando meu cabelo. A gente pode ser ou não ser, ficar ou ir embora. Não me faz ser gangorra, por favor, deixa meus pes no chão. Não me dissolve, transborda. Pareço muralha mas sou gesso, frágil e me desmancho. Antes em lágr...

Uma nota sobre ausência.

Foi na estação de trem, nos parques, ao celular. Em cada ruazinha em que a gente passava, nos carros, e até com a sua mãe ao lado. Te amei em casa um daqueles lugares, com todo coração que eu podia dar. Não eram os beijos, não foram seus encontros, era o contrário. O desencontro e a dor do fim do dia. A demora de cada metrô que não era o seu, era a espera no fim da tarde. Desculpa eu te amar demais. Desculpa a pressão, desculpa o gosto por te ter ao lado. Não queria fazer mal, só nunca entendi esse lance de amor comedido. 

(antes escrevia poemas, hoje em dia só escrevo você)

No pior dos casos, eu diria se tratar de amor. Daqueles que se custa a aceitar, por motivo algum, bem sei, mas que te domina interinha. Chega a ser estranho esse efeito que você causa. De me fazer achar tempo na rotina, andar sorrindo pros dias cinzas, encostar meu rosto no seu peito e sentir que já alcancei o mundo. Se eu pudesse prever qualquer coisa exatos 97 dias atrás (coincidentemente, a data em que você resolveu apostar em mim) eu diria tudo, tudo, menos que estaríamos onde estamos. Eu já me quebrei demais, fui quebrada, me atirei fundo em amores rasos me sentindo cheia, entreguei o que eu tinha de melhor a quem só me dava o mesmo que oferecia pro mundo, nunca o bastante. Quando a gente se encontrou, eu andava em corda bamba embora ao mesmo tempo sentisse ter tudo. Os aplausos do público e o ritmo da banda; as risadas, as fotografias. Todavia, ali no meu eu já sabia que a qualquer momento, se eu não prestasse atenção o bastante pra cada pequeno passo que eu dava, poria tudo a p...

ah, você pra mim é privilégio.

Eu quis me doar pra você. Inteira. Do jeito que sou. Com todas as imperfeições e machucados que me tornam e fazem completa. Por mais que você relutasse a encarar que sim, dentre todas as circunstancias da vida, a gente merecia uma chance, e eu diria que, felizmente, te dei todas. Te dei a mim, de peito aberto. Eu nunca falei que queria algo especial, até porque, não importava quão longe minha imaginação pudesse ir, nenhum dos meus planos chegava tão perto de se tornar tão completo quanto das vezes em que eu te imaginava ali. Eu deixei que você me possuísse, inteirinha, pra fazer de mim o que quisesse. Nao foi um voto de confiança, foi uma aposta. Em você e em tudo aquilo que sinto que poderíamos ser. Eu nunca me importei com as coisas que você já viveu, menos ainda com as pessoas que te acompanharam. Quando penso em você, eu te quero. Só e a sós. Entre quatro paredes, fazendo dali meu mundo. Me amando, me fazendo sua, me usando até cansar. Quando quiser. Já pensei em mil formas de com...

30.

Eu li a notícia ontem, enquanto voltava pra casa e não entendi Li hoje quando acordei, outra vez, e ainda não entendi Já chorei sozinha aqui no meu eu Pensando em que mundo louco é esse Mas desculpa, ainda não entendi Trinta Trinta homens Uma mulher Que poderia ser qualquer uma entre essas cento e poucos milhões que existem na população brasileira Que poderia ser eu ou você E que pode até ser, sem a gente saber, porque um estupro acontece a cada 11 minutos aqui Não é normal. Não é normal alguém achar que pode violar o corpo da gente Não é normal achar isso demais e sair espalhando pros quatro cantos como é machão por ter feito isso Não é normal ainda ter cara se mobilizando pra encontrar o vídeo Dói. Em mim, na menina, em qualquer um que entenda o quanto isso não é normal E pra quem questiona o feminismo no dia a dia Pra quem acha que isso é tudo mimimi Que a gente reclama de barriga cheia É por isso. E pra não ser eu, você, minha irmã, sua filha Pra não ser mais...

Moço, cuidado!

Ele é vento. Daquele dia em que nada deu certo. A brisa leve durante fim de tarde. Em todo lugar e nunca de lugar nenhum. De fazer tremer as pernas, esquentar o coração. Esses dias a tirou pra dançar. -Moço, cuidado Ela é flor! Aquela que brotou no cantinho do asfalto. Que ninguém olha e todo mundo vê. Tem gente que se espanta. Alguns ignoram. Falaram que há algum tempo vem perdendo os espinhos. Desde que o outono por aqui passou. Não leva ela não. E se tirar do chão, tenta não derrubar. Ela é frágil. Ela é linda. Perfumada Ouvi dizer que agora dança.

sobretudo, vivemos.

Olhar pra esse mundo, ver o mundo com seu olhar Por um dia, uma hora, o que fosse Só pra eu tentar entender Desvendar Encontrar Uma portinha pra saber o que você pensa E tentar pensar junto também Se é caos, estranheza ou certeza Se não é história da cabeça deles Se é alguém que entende muito mais dessa coisa de viver que eu Alguém que encontrou a chave dessa tal de felicidade Da vida bem vivida Aquela em que já se atingiu o bastante Que o limite é que você sente E que viver é só. E é lindo.

avisa que eu não tô pra ninguém

Se o sol bater, diz pra ele voltar amanhã Quando isso fizer sentido As coisas tiverem cores E se ele insistir Avisa que não vai dar Que eu bem que tentei, pra passar outro dia Uma asneira qualquer Mas quando voltar diz que deixei recado Imprevisto Chegada de reis Deu no jornal, vai passar Se acaso escolher esperar Faz mudar de ideia Diz que eu não sou dessas de se apresentar pra mãe Das tardes de domingo Mãos dadas pela rua Não vai fazer bem Dá um jeito, Avisa que não sei lidar com gente que brilha Que não mereço luz tamanha Dá um jeito Uma desculpa, qualquer coisa que o mude de ideia por gentileza, tira ele dessa Tanta gente aí fora querendo se amar Ser amado, Fala que ele vai encontrar Diz que não sou eu Que não foi dessa vez Deseja sorte Abraça consola Só não o deixa sofrer não deixa, não deixa Não dessa vez, Não deixa

ela, com ela, pra ela

Cabelo molhado, chinelo de dedos, a calça em farrapos E acredite Ela é assim Por dentro mais que por fora A vida antes de tudo Aquele bom dia que ninguém diz Companhia tão boa quanto o café do fim de tarde Queria ser d(ela) A que não liga Que não aparece porém está sempre ali De mansinho Mas sempre que você precisa Já perdi as contas de quantas vezes me livrou do mundo E fez tudo leve apesar do peso que esse isso tudo trás Sim, eu queria ser d(ela), com ela Sempre Por onde andarmos Carregar esse sorriso com o canto dos olhos E luz mansa que clareia escuridão Não importa se da vida, ou só aqui, do meu eu Sim, eu queria ser d(ela)

humanidade pra vender

dia de compras, largo treze de maio. avisto uma pilha de lixo escorada num poste mas então o lixo se mexeu. meu coração sobressaltou GRITOU. era uma mulher. avó, mãe, filha ou que seja mulher igual a outras tantas que um dia se importou e já teve quem cuidasse mulher, não lixo. mulher, jogada feito lixo. desculpa, senhora eles não sabem o que fazem não entendem de gente e eu, sinceramente eu não entendo de nada Desculpa.

(...)

          O problema não é você, sou eu. A começar por todos os romances clichés que eu te fiz assistir, e jurei não ser. Me perdoa.           Releva aquilo tudo que eu disse, que não sentia mais nada. Eu nem mesmo acho que essa coisa é possível, pelo menos não quando o sentimento é pra valer. Eu sei que fugi, mesmo tendo prometido que não faria isso de novo, que iria te avisar se tudo parecesse demais pra mim. Não deu. Tudo estava desmoronando, eu não podia te enfiar mais ainda nesse drama caótico que eu sou.           Eu nunca estive acostumada a isso, com gente me mimando, querendo saber de mim de verdade, preocupada comigo pra valer. Me beijando de leve mas ao mesmo tempo com força enquanto eu tentava terminar uma frase. Passando os braços na minha cintura quando eu ficava emburrada . Alguém que se interessava em ouvir todo esse lance que eu consigo enxergar quando leio uma poesia . Que ape...
"Torna-te quem tu és" - Píndaro